Poupança
À primeira vista, depositar o dinheiro na poupança não gera nenhum custo perceptível. Ela tinha tudo para ser o único tipo de aplicação financeira “grátis”. De fato, não há nenhuma cobrança formal, mas então por que decidimos incluir a poupança neste levantamento?Custo de perder poder de compra
O rendimento da poupança depende da taxa de juros, a Selic. No cenário atual, com os juros abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a taxa referencial (TR). Quando os juros estão iguais a 8,5% ao ano ou maiores, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês mais a TR.
Tome o ano de 2015 como exemplo. Os juros estavam na casa dos 14% ao ano, a poupança rendeu 8,15%, enquanto a inflação medida pelo IPCA foi de 10,67%. Ou seja: quem deixou o dinheiro na poupança perdeu dinheiro. É um custo implícito.
Leia também: Investir na poupança vale a pena?
Custo de resgatar antes do vencimento
A rentabilidade da poupança é atribuída mensalmente. Sempre que você resgata antes do aniversário da poupança, todo o rendimento do mês é perdido.
Fundos de investimento
Classificados em diferentes categorias, os fundos de investimento formam um ecossistema à parte. Não há um padrão estabelecido de cobrança de custos, mas alguns são muito comuns, como a taxa de administração.Você consegue identificar quais destes custos incidem sobre os fundos em que você investe?
Taxa de administração
A taxa de administração é cobrada para remunerar as instituições envolvidas na gestão, administração e distribuição de um fundo de investimento. Normalmente, vem expressa na forma de um percentual aplicado sobre o patrimônio investido. O valor da taxa depende de diversos fatores, como estratégia de gestão e segmento onde o fundo é distribuído. Há fundos que cobram 0,15% a.a. e outros de grandes bancos que assaltam o investidor com uma taxa de 5% a.a. Veja as taxas de administração médias cobradas pelo varejo1:
Fundos de Ações | 2,17% a.a. |
Fundos Multimercados | 1,81% a.a. |
Fundos Referenciados DI | 1,00% a.a. |
Fundos de Renda Fixa | 1,05% a.a. |
Taxa de performance
Complementar à taxa de administração, a taxa cobrada para remunerar o gestor quando o fundo apresenta bom resultado, como se fosse um bônus pelo bom trabalho. Comum em fundos de gestão ativa, normalmente é expressa na forma de percentual sobre os ganhos que excederem o benchmark ou índice de referência. As taxas de performance mais encontradas no mercado são de 20% sobre o rendimento que exceder o CDI ou Ibovespa. A taxa de performance tem dois lados que devem ser compreendidos. Por um lado, ela pode criar um alinhamento de interesses entre gestor e cliente que é positivo: o gestor quer maximizar o ganho do cliente, para ganhar mais a título de performance. Por outro lado, ela tem aspectos problemáticos. Aumentar o ganho significa também aumentar o risco. Quando o risco compensa, você divide os ganhos com o gestor. Quando o risco dá errado, bem, aí ninguém divide com você as perdas.
Encargos
Nunca ouviu falar deles? São custos previstos no regulamento, mas que ficam ocultos na gestão dos fundos. Sempre que o gestor compra ou vende ativos do fundo há taxas envolvidas, como a corretagem, por exemplo. Para custodiar o dinheiro do fundo, também há taxas. A auditoria para averiguar se o fundo está em conformidade com o regulamento também é paga pelos cotistas, entre outras despesas, como honorários de advogados, registro de documentos, despesas de TED e de Correios. Mas, ao contrário das taxas de administração e performance, os encargos não são divulgados de forma clara. São apenas descontados do patrimônio do fundo e passam como se fossem parte da rentabilidade do mercado. É muito difícil saber quanto você está gastando com encargos do fundo.
Taxas de ingresso e saída
São percentuais sobre o valor investido ou resgatado que podem ser exigidos do investidor ao fazer um aporte no fundo ou realizar um resgate antecipado, antes da liquidez definida no regulamento. Ou seja, um investidor que queira resgatar sua aplicação em um fundo com liquidez de 90 dias sem ter que esperar esse prazo sofre a cobrança da taxa de saída, que costuma girar em torno de 5% do valor resgatado. Já a taxa de entrada é rara, sendo mais comum nos fundos de previdência privada. As taxas de entrada e saída também podem aparecer com o nome de taxa de carregamento.
No site da CVM é possível descobrir as taxas de administração e performance dos fundos, seguindo as instruções que publicamos há alguns anos.
Previdência privada
Os custos cobrados por serviços de previdência privada variam bastante de acordo com a administradora, o plano contratado, o tipo de investimento e a quantia aplicada. Em geral, são bem parecidos com os custos de investir em fundos.Taxa de administração
Também chamada de percentual de gestão financeira, cobre despesas de gestão do fundo de investimento onde ficam os recursos do plano de previdência. A taxa normalmente vem expressa na forma de um percentual aplicado sobre o patrimônio investido, e é relativamente comum encontrar no mercado taxas muito altas, superiores a 3% a.a.
Taxa de carregamento
Semelhante às taxas de entrada e saída que alguns fundos cobram, a taxa de carregamento é um percentual sobre o valor de cada aplicação realizada. Ou seja, uma parte do aporte que você faz nem chega a ser investida, é descontada como carregamento para cobrir despesas da administração do plano e comissão do corretor, se for o caso. De acordo com a Susep, também pode ocorrer cobrança do carregamento na portabilidade (transferência de plano) ou no resgate. Alguns planos de previdência isentam o investidor dessa taxa em algumas circunstâncias.
Taxa de saída
Também chamada de encargo de saída, é o custo que pode ser cobrado caso o investidor decida resgatar o investimento antes do período contratado. Funciona como uma multa, para incentivar a permanência no plano.
Encargos
Sempre que o gestor compra ou vende ativos de um fundo de previdência, incorre em custos. Para custodiar o dinheiro do fundo, também há taxas. A auditoria para averiguar se o fundo está em conformidade com o regulamento também é paga pelos cotistas, entre outras despesas, como honorários de advogados, registro de documentos, despesas de TED e de Correios. Mas, ao contrário das taxas de administração, os encargos não são divulgados de forma clara. São apenas descontados do patrimônio do fundo e passam como se fossem parte da rentabilidade do mercado. É muito difícil saber quanto você está gastando com encargos do fundo.
CDB, LCI e LCA
Se você fizer uma busca na internet sobre os custos de investir em CDB ou LCI e LCA, vai encontrar vários sites dizendo que esses investimentos não têm custos. Aqui na Vérios, esse papo não cola. Realmente, não há cobrança formal de taxas, mas isso não significa que você não pague nada para investir nesses ativos. Ou você acha mesmo que os bancos batem recorde de lucros ano após ano oferecendo investimento grátis? Claro que não.Taxas cobradas x taxas de remuneração
Neste artigo, sempre que falarmos em taxas, estamos nos referindo aos custos cobrados direta ou indiretamente pelo investimento. Não confundir com taxas de remuneração, que é uma maneira corriqueira de se referir à rentabilidade contratada em CDBs, LCIs e LCAs, e nem com taxa no sentido de tributo.
Spread
É onde a instituição financeira ganha dinheiro com o seu CDB, LCI ou LCA. O spread é a diferença entre a remuneração que o banco lhe paga quando você empresta dinheiro a ele (como no CDB) e a remuneração que o banco cobra quando ele empresta dinheiro a você ou a outros clientes (como no cheque especial). No caso das LCI e LCA é a mesma coisa, mas o empréstimo é para empresas atuantes no setor imobiliário (LCI) ou no agronegócio (LCA).
Custo de resgatar antes do vencimento
Esse custo não é obrigatório e nem padronizado, é preciso avaliar caso a caso. Alguns CDBs que não têm liquidez diária podem perder 100% da rentabilidade do período se você decidir resgatar antes do vencimento. No caso de LCIs e LCAs, o prazo mínimo de permanência é de 90 dias. Antes disso, não dá para resgatar. Mas se seu título tiver um prazo de 360 dias e você precisar resgatar antes, poderá ter que pagar uma taxa ou mesmo abrir mão de toda a rentabilidade do período.
Títulos públicos (Tesouro Direto)
Investir em títulos públicos pelo Tesouro Direto ajuda você a economizar as taxas que seriam pagas ao gestor, em comparação com um fundo que aplica em títulos públicos ou uma carteira administrada, por exemplo. Só que, nesse caso, o trabalho de gestão, alocação e acompanhamento fica com você – e um dos custos não contabilizados é o seu tempo, dedicação e paciência.Taxa de administração ou taxa de serviço
Para acessar o Tesouro Direto, é preciso ter conta em uma corretora ou banco habilitado, que cobra uma taxa de serviço que incide sobre o valor investido. Dependendo da instituição financeira2, essa taxa de administração varia de 0 a 2% a.a. No primeiro ano do investimento, a cobrança é feita de forma antecipada, no momento da aplicação. A partir do segundo ano, ela passa a ser cobrada semestralmente, nos primeiros dias úteis de janeiro e de julho.
Taxa de custódia
A B3 (antiga BM&F Bovespa) cobra uma taxa de custódia de 0,25% a.a. sobre o valor dos títulos, referente aos serviços de guarda dos títulos e das informações e movimentações dos saldos. Essa taxa é igual para todas as corretoras e é cobrada semestralmente, nos primeiros dias úteis de janeiro e de julho. Esse também é o único custo que você não consegue negociar ou evitar, já que o spread pode ser evitado segurando o título até o vencimento e a taxa de serviço pode ser pequena ou grande dependendo da corretora escolhida.
Spread em caso de resgate antes do vencimento
Os títulos públicos têm liquidez diária, mas o Tesouro Direto estabelece um spread para quem decidir resgatar um título antes do vencimento. Por isso, existem preços diferentes a cada dia, um de compra e um de venda. Quanto mais distante do vencimento estiver o título, maior tende a ser esse spread; e quanto mais próximo do vencimento, menor.
Ações
Assim como no caso do investimento no Tesouro Direto, para comprar e vender ações na B3 é necessário ter conta em uma corretora ou banco habilitado. As taxas cobradas variam bastante de uma instituição para outra. As corretoras costumam oferecer planos ou pacotes de benefícios de acordo com o patrimônio e/ou volume de operações realizadas pelo investidor.Taxa de corretagem
Pode ser uma única taxa fixa mensal, ou taxas que incidem a cada transação (o que pode ter grande impacto para quem faz muitas transações), ou ainda uma mistura de ambas. Tudo depende do plano contratado com a corretora. A corretagem para quem usa o home broker (internet) em geral é menor em comparação com a opção de comprar e vender ações via mesa de operações (telefone). Na corretora Rico, a taxa de corretagem é R$ 10,00 por cada compra ou venda de ativo.
Taxa de custódia
É cobrada mensalmente pela corretora pela manutenção dos ativos sob guarda da instituição custodiante. Uma parte fixa de R$ 6,90 é repassada à B3, mas o custo pode ser maior ou menor que esse valor, ou até mesmo isento, dependendo da política da corretora e do patrimônio do investidor.
Emolumentos, liquidação e registro
É a taxa de 0,0325% cobrada pela B3 para cobrir custos operacionais, e incide sobre o valor de cada transação realizada.
Outros serviços
Alguns bancos e corretoras oferecem atendimento, chat com especialistas, boletins diários com indicações de compra e venda, calculadoras de imposto de renda, etc, podendo cobrar um custo extra por esses serviços.
ETFs
Os ETFs são fundos de índices que, assim como as ações, são negociados em bolsa. Eles se destacam por ter custos bem menores que fundos de investimento tradicionais. Entenda as taxas cobradas:Taxa de administração
Uma taxa de administração é cobrada para remunerar as instituições envolvidas na gestão, administração e distribuição de um fundo de investimento, expressa na forma de um percentual aplicado sobre o patrimônio investido. Os ETFs disponíveis hoje no Brasil cobram taxas de administração que vão de 0,059% a.a. (PIBB do Itaú) a 0,69% a.a. (Small Cap da Black Rock).
Encargos
Sempre que o gestor compra ou vende ativos do fundo há taxas envolvidas. Para custodiar o dinheiro do fundo, também há taxas. A auditoria para averiguar se o fundo está em conformidade com o regulamento também é paga pelos cotistas, entre outras despesas, como honorários de advogados e registro de documentos. Mas, diferentemente da taxa de administração, os encargos não são divulgados de forma clara. São apenas descontados do patrimônio do fundo e passam como se fossem rentabilidade do mercado. No caso dos ETFs, os encargos tendem a ter um peso menor, já que o objetivo é replicar índices (os índices não mudam de posição com tanta frequência quanto as carteiras de gestão ativa). Além disso, ETFs costumam possuir uma estrutura automatizada de negociação que os levam a ter as menores custos do mercado.
Taxa de corretagem
Taxa cobrada do investidor pela corretora. Pode ser uma única taxa fixa mensal, ou taxas que incidem a cada transação (o que pode ter grande impacto para quem faz muitas transações), ou ainda uma mistura de ambas. Tudo depende do plano contratado com a corretora. A corretagem para quem usa o home broker (internet) em geral é menor em comparação com a opção de comprar e vender ações via mesa de operações (telefone). Na corretora Rico, a taxa de corretagem é R$ 10,00 por cada compra ou venda de ativo.
Taxa de custódia
É cobrada mensalmente pela corretora pela manutenção dos ativos sob guarda da instituição custodiante. Uma parte fixa de R$ 6,90 é repassada à B3, mas o custo pode ser maior ou menor que esse valor, ou até mesmo isento, dependendo da política da gestora e do patrimônio do investidor.
Emolumentos, liquidação e registro
É a taxa de 0,0325% cobrada pela B3 para cobrir custos operacionais, e incide sobre o valor de cada transação realizada.
Compare os custos que incidem em cada tipo de investimento.